PORTO DO RIO DE JANEIRO – CENTENÁRIO E IMPONENTE
* Paulo Roberto de Oliveira
No próximo sábado - dia 20 - o Porto do Rio estará completando 109 anos de existência.
A sua inauguração oficial, ocorreu em 20 de julho de 1910, quando então era administrado pela companhia “Demart & Cia” sendo, posteriormente, no período de 1911 a 1922, administrado pela “Compagine du Port do Rio de Janeiro” e de 1923 a 1933, pela “Companhia Brasileira de Exploração de Portos”.
Em 16 de janeiro de 1936, pela Lei no 190, foi constituído o órgão federal autônomo, denominado “Administração do Porto do Rio de Janeiro”, que recebeu as instalações físicas do porto, ficando subordinado ao Departamento Nacional de Portos e Navegação, do Ministério da Viação e Obras Públicas.
Em 9 de julho de 1973, pelo Decreto no 72.439, foi aprovada a criação da Companhia Docas da Guanabara, atualmente Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, que exerce a função de Autoridade Portuária responsável pela gestão do Complexo Portuário Fluminense, que compreende os Portos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis.
O porto do Rio, opera com carga geral conteinerizada, eletroeletrônicos, borrachas, petroquímicos, peças e partes de veículos, café, produtos siderúrgicos, bobinas de papel para imprensa, além de granéis sólidos como trigo e ferro gusa.
A sua infraestrutura é constituída de uma área operacional de 1 milhão de metros quadrados, 18,5 km de comprimento e 150 metros de largura de canal de acesso, 15 pátios abertos, 6.700 metros de cais acostável, 10/15metros de calado, 18 armazéns, 7 terminais e 31 berços de atracação.
Com fácil acesso rodoviário (BR-040, BR-101, BR-116, RJ- 071 e RJ-083), ferroviário e marítimo, em sua “hinterland” possui 13 áreas de fundeio e os seguintes terminais arrendados:
• Terminal de Contêineres 1 – Libra;
• Terminal de Contêineres 2 – MultiRio;
• Terminal de Roll-On-Roo-Off – MultiCar;
• Terminal de Produtos Siderúrgicos – Triunfo Logística;
• Terminal de Trigo – Cruzeiro de Sul;
• Terminal de Passageiros – Píer Mauá.
No Cais Público, estão situados 4 berços de atracação, 11 armazéns e 6 pátios, operando com trigo, concentrado de zinco, produtos siderúrgicos, ferro gusa e atividades offshore.
No ano de 2017, o porto movimentou 1.670.655 toneladas de granéis sólidos, 244.347 toneladas de granéis líquidos e 4.441.199 de carga geral, num total de 6.356.201 toneladas.
Já em carga conteinerizada movimentou 293.150 TEU (20 pés), 3.517.972 toneladas e 198.850 unidades.
A movimentação total de veículos foi de 112.059 unidades, sendo 23.731 na importação e de 88.328 na exportação.
No mesmo ano, pelo Terminal de Passageiros transitaram 308.614 pessoas, sem computar tripulantes, prestadores de serviços e visitantes.
Fonte: GERIME/SUPLAM/CDRJ
O Porto do Rio é um polo indutor de atividade econômica, estimulando permanentemente o desenvolvimento regional, em área de influência que abrange todo o Sudeste brasileiro.
Além da geração de dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos, a área do Porto é o metro quadrado do território fluminense, que mais gera receitas tributárias, superando a maioria dos municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Importante polo econômico, com o advento do projeto Porto Maravilha, a zona portuária passou a ser também um dos principais polos turístico, cultural e de entretenimento da cidade
Os shows e eventos (feiras, exposições, reuniões e encontros nacionais e internacionais) realizados nas instalações do armazém 2, do Terminal de Passageiros explorado pela arrendatária Píer Mauá, já fazem parte do cotidiano da cidade.
O Aquário, o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), o Museu do Amanhã, completam esse quadro e atraem diariamente milhares de turistas nacionais e estrangeiros, além de comitivas de estudantes de todos os níveis de formação.
Com seus 109 anos, o centenário Porto do Rio mantém com pujança a sua importância econômica dentro do panorama nacional e internacional e relação harmônica com a cidade que o abraçou e em torno dele cresceu e se desenvolveu.
Dentro desta ambiência recrudesce o conceito de Porto-Cidade, pois a história da cidade do Rio de Janeiro se confunde cada vez mais com a história de seu Porto.
(*) Autor:
• Especialista Portuário.
• Diretor da Associação dos Profissionais de Nível Superior da CDRJ (APS/Rio).
• Vice-Presidente de Ensino e Pesquisas da Academia Nacional de Economia (ANE)