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GEA Amazônia - reflexões de um Acadêmico (1a. parte)
Publicado dia:16/04/2017
Fonte:
GEA Amazônia - reflexões de um Acadêmico (1a. parte)

(Texto produzido pelo Acadêmico Carlos Alberto Rodrigues - C.152, servidor público aposentado da Receita Federal do Brasil, 69 anos, natural de Campos dos Goytacazes, torcedor do Fluminense).
Objetivo: atender à solicitação da Direção da ANE relativa à produção de matéria sobre a Amazônia. 

Antes de mais nada, devo dizer que a Amazônia, como eu a conheci, não é apenas formada de florestas e enormes caudais ou bacias fluviais e é rica, também, em diversidade biológica, fauna e flora. Ademais, é riquíssima em minerais, muitos deles pouco conhecidos e que são explorados à nossa revelia, com enormes prejuízos para o país. Daí ser urgente uma ampla e profunda discussão sobre o potencial amazônico, para o país e para o mundo, propondo-se as medidas estratégicas com vistas à sua proteção e à exploração racional e sustentável, promovendo-se, inclusive, um seminário com a participação de nossos confrades e de autoridades ligadas ao assunto.

Meus caros confrades, ainda há alguns dias atrás, meditei um bocado sobre o assunto. Como vejo essa matéria como um motivo e uma base para um projeto extraordinário e que daria para a gente integrá-lo e dar o pontapé inicial em um projeto bem maior, que, pretensiosamente, denominei de Projeto Brasil. Isto é, ousei fazer isto, sem consultá-los, fundindo algumas idéias sobre as quais tive conhecimento, muitas vezes coincidentes com as minhas e ampliar o estudo.

O Projeto Brasil a que me refiro, o projeto maior é a proposição de um modelo de desenvolvimento para o país, calcado e focado, como ponto de partida, no turismo, por ser uma indústria limpa e com uma incomparável capacidade de integração de diversas áreas do conhecimento humano, possibilitando um desenvolvimento territorial, social e político de enorme proporção, integrando, também, empresas, universidades, diversas unidades da federação e municípios. Em assim sendo, proporia que lhe déssemos possivelmente a seguinte estrutura:

I - INTRODUÇÃO

Agora, embora não pareça, à primeira vista, pelo estilo em que está escrito, garanto que estou falando de algo mais sério, é de admirar como somos alienados, pouco inteligentes,  ou pouco criativos a respeito do assunto ou da questão hídrica. 

Há mais de 3.500 anos atrás, os egípcios, que ainda não dominavam as modernas técnicas de engenharia,não contavam com os equipamentos de última geração ora existentes, já tinham descoberto e desenvolvido uma maneira prática e funcional de evitar o desperdício de água que observamos nesses lugares onde a chuva e as enchentes provocam inundações e desastres terríveis. Além disso, já dispunham de formas eficientes de armazenar e reaproveitar o excedente de água decorrente desses fenômenos naturais.

Os egípcios, na antiguidade, criaram e implantaram sistemas de cisternas subterrâneas, onde todo o excesso de água, decorrente das enchentes sazonais do Rio Nilo, era armazenado e guardado para os momentos de escassez.

Será que não seríamos capazes, em pleno século XXI, de fazer algo semelhante, ou até melhor?, Contando com muito mais tecnologia incorporada ao processo?
Hoje, após ver as agruras enfrentadas pelo Estado de São Paulo, especialmente das populações da Grande São Paulo, o mais desenvolvido Estado da Federação, comandado por aquele picolé de chuchu, o Geraldo Alckmin, não poderia usar uma forma de captação, similar àquelas usadas pelos antigos egípcios, ou mais modernas, do tipo mais ou menos idêntico às bombas de sucção utilizadas pelos grandes navios, para captar e jogar toda a água que inunda a Capital e seus arredores, através de uma distribuição estratégica desses equipamentos, pelos locais mais suscetíveis à inundações e com maior potência? 

Depois de decantada, essa água poderia ser enviada, também, através de bombas, para reservatórios intermediários, ou tanques de reserva até ser rebombeada para os reservatórios principais dos sistemas, se isto fosse preciso, e caso não pudessem ser utilizadas a partir mesmo desses reservatórios intermediários?

Com esse tipo de medida, resolver-se-iam, pelo menos, dois problemas que afligem os moradores dessa e de outras áreas do Estado: o das enchentes e os terríveis prejuízo causados e o do nível dos reservatórios dos sistemas que abastecem essas cidades.    
Mas, a questão da água precisa ser olhada e tratada com mais seriedade, tecnicidade e profundidade, com uma visão e uma perspectiva de curto, médio e longo prazos, com vistas à seu equacionamento em definitivo. Podendo tomar-se como exemplo o trabalho que é realizado no Japão e, especialmente, em Tóquio.

Devo lembrar, por uma questão de honestidade, que essa idéia não é só minha. Em abril deste ano, em um artigo publicado no jornal O Correio Braziliense, o articulista que abordou o assunto fez algumas perguntas muito pertinentes, do mesmo gênero e semelhante às que eu fizera em janeiro, quando São Paulo sofria com uma seca atroz e, ao mesmo tempo, no Noroeste do Brasil, em Rondônia e no Acre, respectivamente com os rios Madeira e Acre, assim como com os seus afluentes, a população e, consequentemente a economia e a saúde dos moradores nesses dois Estados, sofriam as maiores cheias dos últimos anos.

A prova disto é o título do artigo que era: “Por que não Utilizamos as Águas dos Rios da Bacia Amazônica?”. Essa mesma indagação feita por mim, também, para minha surpresa despertou a curiosidade de um colega, também aposentado, da Secretaria da Receita Federal, o qual me concedeu a honra de mandar-me a matéria que ele havia escrito. 

Esse material eu li e fiz uma série de comentários, porque eu gostaria de aproveitá-lo e, mesmo tendo dúvidas sobre os efeitos da metodologia por ele proposta, dúvidas essas que pretendo tentar dissipar através de consultas a pessoas especializadas no assunto.

Esse pensamento coincidente, com três origens diferentes, alegra-me e me envaidece, porque mostra que isto é perfeitamente passível de ser cogitado e pode ser tornado realidade. Mas, o “x” da questão é que, em razão da extensão territorial e diferença de climas, quando é época de cheias no Norte do Brasil, o que temos é risco de seca no Nordeste e no Sudeste do mesmo país.

Além de enfocar a possibilidade e a oportunidade de se atacar o problema por nós vivenciado, o articulista do Correio Braziliense trata de mencionar dois exemplos bastante ilustrativos, que servem de suporte à idéia que aventamos: a China, já por volta de 1.450 anos atrás, construiu um grande canal com esse objetivo e, mais presentemente, os chineses estão justamente construindo um outro canal para fazer a transposição de águas dos rios do sul do país, onde há fartura,  irrigar o norte, que é árido. Como sabemos que a China é maior que o Brasil, em termos de território, isto descarta, de plano, o argumento muito usado das dificuldades que poderíamos ter em razão do tamanho continental do nosso país. ´

É claro que simplesmente copiar e tentar implantar experiências chinesas não seria muito aconselhável, haja vista que eles têm demonstrado uma grande falta de habilidade, ou despreocupação, no trato das questões ambientais. Mas o exemplo, tomadas as devidas cautelas, demonstra a viabilidade de se encaminhar e implementar tal tipo de projeto.
Aliás, muito apropriadamente, o articulista chama a atenção para um aspecto que deve ser cuidadosamente e competentemente tratado, trata-se do controle da vazão do rio Amazonas e possíveis consequências de uma redução no fluxo de água que essa transposição poderia causar.
O que, certamente, minimizaria esse impacto é a pública e notória sazonalidade dessas cheias que assolam o norte e o noroeste do Brasil, cuja característica mais importante é que há uma inversão de tendência entre as duas regiões. Quando, no norte do Brasil, há cheias que desalojam milhares de pessoas, no sul, há escassez de água a forçar o racionamento no abastecimento desse bem essencial.

Dessa forma, esse nosso grande canal deveria ser parte de um programa nacional, melhor dizendo, deveria ser transformado em política a ser seguida, sem interrupção, por diversos governos e integrado a um projeto maior que envolveria o desenvolvimento da indústria do turismo associado à obtenção de experiência de ponta  junto a países que possam servir de referência em termos de excelência nessa área do turismo, estimulando a indústria nacional naquilo em que ela for comparativamente melhor dotada e criar, em simultâneo, um mecanismo de integração economia/escola, cobrindo o ensino técnico e de nível universitário, em regime de estágio supervisionado pelos próprios professores.

Esse canal, à partida, poderia bifurcar-se, no início do Planalto Central, com uma vertente direcionada para o nordeste e, outra, para o sudeste.

No meu entender, o projeto relativo ao canal deveria ser desenhado, coordenado, executado, fiscalizado e comandado pelo Exército brasileiro, cuja competência, na área de engenharia, já é reconhecida, e usaria como mão de obra para o trabalho pesado os excedentes de presidiários dos estabelecimentos prisionais do país, servido esse trabalho a ser executado por eles como fator de progressão pena.

Tal sistema de canais contaria com lagos intermediários, cuja localização seria bem planejada, para minimizar as diferenças de relevo e os eventuais impactos ambientais, teria um conjunto de parques e reservas ao longo dos mesmos, para acolher os animais que seriam desalojados e seriam equipados com eclusas, de modo a possibilitar a regulação e o direcionamento do fluxo das águas, permitindo o uso mais intensivo e comercial da navegação fluvial, o escoamento de produtos agrícolas e o desenvolvimento da indústria pesqueira, além de permitir a prevenção e a minimização de desastres naturais, com a consequente redução de custos para o Estado como um todo.

A elaboração e a consecução desse grande plano poderia tomar como modelo, melhorado obviamente, após serem analisadas, diagnosticadas e corrigidas as falhas observadas no sistema elétrico nacional integrado, que às vezes, sofre com apagões, quedas em cadeia do tipo efeito dominó.

Aí, pergunto-me, por que não se pensar seriamente nessa opção de política para se re-encetar o crescimento e o desenvolvimento do país? A conclusão a que se pode chegar é que o nosso maior problema não é a falta de água, mas, sim, de humildade e de imaginação, para se procurar as soluções adequadas ao problema.

Mas, como observou o articulista que, de certa forma, tratou do assunto, embora sem a preocupação de integrar esse projeto em um plano mais ambicioso, mais abrangente e de mais longo prazo, esse sistema de transposição deveria ser cuidadosamente estudado, planejado e desenhado, buscando-se o apoio e a ajuda, inclusive, de especialistas mundiais no assunto e na problemática ambiental, para antever e prevenir os riscos e efeitos de natureza ambiental, ecológica. Entre eles a possibilidade de aumento do índice de salinidade das águas da foz do rio Amazonas, assim como outros impactos possíveis, previsíveis e evitáveis.

Entrementes, outras medidas deveriam e precisam ser tomadas, necessariamente, dentro de um plano de âmbito nacional:

Estimular e promover a captação, o tratamento e a reutilização das águas servidas, residenciais, comerciais, industriais;

A captação, o tratamento e reaproveitamento dos esgotos em geral;

Desenhar um plano estimular, via acompanhamento e premiação dos que o fizerem, da captação, armazenamento, tratamento e utilização da água da chuva;

Definir regras rigorosas, usando o sistema de bonificação quando atingidos os objetivos, para o tratamento e a reutilização de águas usadas na indústria e na agricultura, assim como criar estímulos financeiros, creditícios e de outras naturezas para a pesquisa e o desenvolvimento de métodos mais econômicos e racionais de utilização da águas, nessas atividades;

Desenhar, ou elaborar, e implementar um programa de reeducação do povo, já a partir do nível pré-escolar e nos níveis sucessivos, usando-se para os adultos, principalmente, um sistema dicotômico, estilo pedagógico/paudagógico, tendo em mente que, segundo Delfim Neto, a parte mais sensível do corpo humano é o bolso;

Destarte, tendo em vista à educação do povo relativamente ao uso racional e econômico da água, dever-se-ia definir claramente quais seriam as práticas corretas para tal fim, nas suas casas, edifícios comerciais e residenciais, condomínios, no trabalho, na indústria, nas fazendas agrícolas e de criação, no comércio, serviços e repartições públicas, buscando padrões de excelência – tanto no processo de reeducação, como na prática e níveis pretendidos, buscando padrões de excelência no mundo atual, para servirem de paradigmas;

Desenhar e implementar um plano nacional de recuperação e de preservação de aquíferos, nascentes, rios e lagos, procurando exemplos práticos ao redor do mundo e adaptando-os à nossa realidade;

Outra medida necessária e urgente seria a reeducação do povo, também, desde a infância, sobre o destino a ser dado aos dejetos por ele produzido (lixo, em geral), por forma a evitar a degradação ambiental, a poluição e o bloqueio das vias de escoamento natural e esgotos pluviais.


II - ÁGUAS DA AMAZÔNIA

Observações iniciais:
É o tipo de projeto que deveria começar com um estudo bem fundamentado, para estabelecer o traçado do canal-mestre, apoiado em levantamento aerofotogramétrico e topográfico, que seria amparado no uso de satélite. Após definir o traçado, far-se-ia a plotagem para determinar os locais onde haveria barragens, lagos intermediários e eclusas, para redirecionar o curso da água para eventuais áreas carentes. E, também, para a integração de transporte intermodal, locais para produção de peixes e pontos turísticos no trajeto dos canais.
Para vocês terem uma idéia, procurei elencar as diversas áreas do conhecimento que, a priori, vislumbrei que poderiam ser envolvidas em tão grande empreendimento, cada. Especialista atuando em sua respectiva área, mas de forma integrada com o projeto e com o objetivo final do mesmo.

Seriam essas, só em princípio, as áreas de estudo a integrar:
Hidrografia, Hidrologia e Cartografia, como partes da geografia física
Zoologia, com ornitologia, pelos animais e aves envolvidos e por ser a Zoologia uma área muito ampla.
Paleontologia, por ser a ciência que estuda os fósseis
História
Sociologia
Antropologia
Engenharia
Matemática
Ictiologia
Turismo
Economia
Administração, com atenção para as áreas de Gestão Pública com transparência e Marketing.
Ecologia
Botânica e Engenharia Florestal
Direito
Arquitetura
Geologia e Mineralogia,

Para facilitar a agregação de apoio técnico, seria necessário departamentalizar as áreas de estudo e, também,  incluir a área de Línguas, em especial o Inglês, o Espanhol e a d outros países, de onde se pretendesse atrair visitantes.
Segundo o Torquato e as fontes por ele consultadas, das quais, naturalmente, não discordo, por falta de maiores informações, mas, aparentemente acho correto dizer. 
Água existe, em abundância, no Brasil, embora a natureza não tenha proporcionado uma distribuição regular por todo o território. Na Região Norte há excesso, em outras regiões há carência; a incessante busca por uma melhor situação, em locais carentes, tem sido bandeira de alguns governos há muitos anos, todavia sem sucesso, e assim os residentes continuam sofrendo, mas enfrentando constantes desafios, ora de enchentes, ora de secas. 

Há necessidade de se buscar regularidade no abastecimento e o Brasil tem condições e potencial para isso.... (continua)

Acadêmico CARLOS ALBERTO RODRIGUES - C.152


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