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GEA AMAZÔNIA : REFLEXÕES DE UM ACADÊMICO ( 2a.parte)
Publicado dia:21/04/2017
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GEA AMAZONIA - Acadêmico CARLOS ALBERTO RODRIGUES - C.152

PARTE II

Pelo tempo em que vivi na Amazônia, isto é por quase 26 anos, a partir de 1981, tendo percorrido todos os Estados da região norte, em razão do meu trabalho, tive a oportunidade de conhecer, discutir e ver com algum detalhamento, embora a minha visão não estivesse calibradas para esse tipo de diagnóstico, o enorme potencial dessa região brasileira e, também, os enormes problemas que a envolvem.

Se, por um lado, é uma vastíssima área verde, o pulmão do mundo, como é chamada, por outro lado sofre o risco constante dos desmatamentos promovidos por madeireiros ilegais, que se escudam em fiscais ambientais venais. Se, por uma lado conta com uma enorme fronteira terrestres, que abrange sete países, a qual possibilitaria uma intenso comércio intra-regional, especialmente se fosse explorado o potencial que representa a criação de zonas de livre comércio, pelo menos para o comércio formiga, pois seria uma forma de cada comunidade fronteiriça, de qualquer que fosse o país oferecer uma economia complementar, inclusive criando um novo e ativo mercado de empregos.

Na outra mão, essa proximidade com outros países, especialmente aqueles com intensa produção do plantio e do fabrico de drogas estupefacientes, causa um enorme perigo para o Brasil, tornando-o um corredor de exportação de drogas para outros países da Europa, Ásia e África, exigindo um aparato de controle que estamos longe de poder montar e operar.

Às riquezas minerais conhecidas, somam-se as desconhecidas, com particularidades tais como as areias pesadas, as terras raras, que, em decorrência do vasto território a ser controlado, acabam por ser sub-repticiamente subtraídas por contrabandistas, cientistas e outros cidadãos estrangeiros, disfarçados de missionários, de integrantes de organizações sociais voltadas para a assistência aos índios e aos camponeses amazônicos.

Quem seria capaz de responder sobre o número de campos de pouso existentes na Amazônia, legalmente instalados ou clandestinos? Através deles, o que sai do país,. sem qualquer controle das autoridades constituídas é praticamente impossível de ser mensurado. Lembro-me de que, em 1982, em uma conversa descontraída com um  Amazonas e, após se adentrar no território nacional, o enorme espaço cheio de matas e vegetação nativa, o quão difícil seria exercer o controle e a proteção do nosso território aduaneiro. A única hipótese era a adoção de medidas de alta tecnologia apoiada em vigilância por meio de satélite.

Por coincidência, logo depois, veio o SIVAM, que não me parece que esteja funcionando adequadamente, pelo menos, em decorrência da falta de suporte terrestre, com bases de atuação operacional, para pronta uma reação eficaz, sempre que fosse detectada uma violação do nosso espaço aéreo, fluvial ou terrestre.

A vastidão da fronteira terrestre, por sua vez, demandaria um forte esquema de vigilância e de proteção do nosso território, além de uma permanente vigília para reprimir o contrabando e o tráfico de drogas. Outro aparato precisaria ser montado para reprimir o abate e a comercialização ilegal de toras, além de ser necessário manter-se um efetivo e eficiente controle dos projetos ditos de reflorestamento.

As diversas províncias mineralógicas, notadamente de ouro, cassiterita, wolframita e de nióbio carecem de um estudo aprofundado e tecnicamente confiável que avalie o seu potencial real e urge que se faça outro levantamento do que ainda existe de minérios valiosos e/ou úteis nos rejeitos das antigas explorações como Serra Pelada, Cumaru e Tucumã, só no Pará, sem falar do que há em Rondônia, no Amazonas e em Roraima.   

Outro tema a ser explorado, discutido e objeto da busca de solução é a recuperação dos cursos de água e dos mananciais que foram prejudicados, extintos ou contaminados pela exploração de ouro e de outros minerais. A atividade garimpeira precisa ser monitorada em termos ambientais e fiscais, com vistas a prevenir os danos que tem causado, bem como a evasão de divisas e de tributos que tem caracterizado essa atividade.

Autor: Acadêmico CARLOS ALBERTO RODRIGUES - C.152

  




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